21 de abril de 2010

Adenda à pergunta do dia


Primeiro gostava de dizer que foi uma questão que se me colocou, não na realidade, mas num imaginário de há uns tempos para cá com a transmissão de um programa na RTP 1, com o nome de ‘Salvador’. Onde retratava várias pessoas prisioneiras de um corpo inútil, dando-lhes a possibilidade de realizarem um sonho. Após ler atentamente todos os comentários por vós aqui colocados, reparei que grande parte das pessoas não se quis comprometer-se numa resposta por não viverem a situação.

Bem, para mim a questão é simples e não tem nada a ver com a vivência ou não da situação, não querendo fazer de mim uma Madre Teresa de Calcutá no masculino, nunca abandonaria a pessoa por mim amada, nem ninguém, por uma simples infelicidade dessas. Afinal o que é amar, se não isso? É só beijinhos aqui e ali? Passeios nos shoppings, ao domingo à tarde, com a última moda vestida? Jantares românticos? Noites em motéis luxuosos? E quando adversidade bate à porta? Faz-se com amor o que fazemos com um telemóvel velho? Deitamos tudo fora e vamos à procura de um modelo novo? Claro que compreendo o porquê de dizerem que só a vivenciar a experiência é que saberiam, mas eu tenho a certeza, para mim, que lutaria com essa pessoa por um mundo melhor para nós, faria tudo para a fazer feliz, e não por pena mas sim por amor, esse sentimento que todos falam mas que poucos conhecem.

Claro que haveria dias que seriam difíceis e que pensaria desistir, mas nesses teríamos de nos superar e continuar a fazer essa pessoa sentir-se amada e especial para nós. Era o que eu faria numa situação destas, pois se acontecesse comigo quereria o mesmo tratamento, pois um dos meus lemas de vida é: “Faz aos outros o bem que queres para ti”. Ai, e ias aguentar sem intimidade? Era talvez a coisa com a qual menos me preocuparia numa situação dessas, é sem dúvida um condimento importante numa relação, mas não é o mais essencial. É assim que vejo uma relação de amor. Quem ama cuida e luta. E como diria Raul Solnado: “Façam o favor de serem felizes”.

O post que li no blogue do Fresco e Fofo, relata bem uma situação do que escrevo em cima, cliquem aqui que vale a pena...

10 comentários:

Lia disse...

tb li o post do "fofo", debaixo daquele ar de homem das cavernas, há um coração...

e sim, amar não é estar junto quando está tudo bem que aí é fácil!

Anónimo disse...

Acho que isto revela bem a boa pessoa que és. Nem todos o fariam. Eu não sei mesmo, como já te tinha dito. :)
Beijinhos e continua a postar

Bailarina disse...

Sabes, eu concordo plenamente contigo... Se acontecesse à pessoa que mais amava nessa altura, nunca a deixaria!!! Não fazia quaquer sentido...
Bjinho*

izzie disse...

:)

É exactamente isso.
Apetece-me dizer tantas mas tanatas coisas sobre a falta de pessoas como tu... mas isso sou eu... que vivo parte dessa situação de que os outros se sacodem com um "não sei porque não conheço".

Beijinho,

Anónimo disse...

Sabes que depois de te ter lido e comentado e de ter lido o post do Fofo mais tarde, fiquei a pensar nisso! E quanto mais pensava mais olhava para a pessoa que tenho do meu lado (sem ele suspeitar!!!!) e tenho a certeza que continuaria a amá-lo da mesma maneira e a lutar pela vida como temos feito até aqui!!! Só que de uma maneira diferente, adaptaríamo-nos à nova condição que nos havia sido imposta. A nossa vida em comum já tem sido bastante difícil, não por motivos de saúde, mas por outros....e temos superado tudo e todos sempre cada vez mais juntos e com a certeza que nos amamos e nada nos irá separar. Posso até ter-te chocado quando falei na parte mais íntima, pois esse lado não é de facto o mais importante, é bem verdade, até porque damos mais valor a um serão bem enroladinhos no sofá só a ver tv.....mas em situações muito específicas, o inevitavel acontece...e ninguém pode julgar....

Olha, gostei muito que tivesses abordado este tema e alertado a consciência das pessoas. Também segui o programa do Salvador e tenho pena que não se façam mais programas assim para nos chamar à realidade de tanta gente.

Anónimo disse...

É arrepiante pensar numa situação destas. Mas elas existem e em número mais elevado do que se pensa.
Se seguirmos o trajecto de casos mais mediáticos, que acabam, como sempre, por cair no esquecimentos dos média, mais adiante vamos encontrar uma separação.
A desculpa, normalmente, é: lamento, mas já não aguentava tanta pressão.
O infeliz que ficou na cadeira de rodas e viu fugir-lhe tudo (até quem amava), que fique com a pressão, porque "eu já não aguentava mais".
Por isso é que muitas vezes é preferível morrer, do que ficar a viver as injustiças vindas de quem menos se espera.

Abraço

Anónimo disse...

Está lindo, adorei excelente post mesmo... pena k na maior parte das vezes a situação k retratas nao aconteça e as pessoas nao pensem assim

Scarlet_Perry disse...

:) Não há pessoas como nós!
Beijocas ***

Ana F. disse...

Eu e o meu namorado falámos sobre isso já há umas semanas atrás. Lembro-me bem... e o que ele me disse, caso ele ficasse tetraplégico, foi que não queria que eu ficasse com ele, que me iria afastar dele o mais que conseguisse, que se iria embora se fosse preciso; Isto pelo simples motivo de ele ser 10 anos mais velho do que eu, e de eu ser demasiado jovem pra ficar 'presa' a uma pessoa assim, quando tinha ainda muito pra desfrutar (isto no ver dele)... a mim quase me vieram as lágrimas aos olhos, porque estar longe dele, independentemente de qualquer coisa, foi uma ideia muito difícil de suportar. Eu disse-lhe que nunca o abandonaria. E sei que não.

Néua disse...

Sabes, assino por baixo de tudo o que dizes...é verdade que se amarmos alguém nunca o deixamos por piores que sejam as condições...

Mas e se fosse o contrário? Se tu ficasses preso a uma cadeira de rodas, tetraplégico, irias querer uma pessoa ao teu lado que sabias que não lhe poderias dar tudo o que darias antes?? E não falo de passeios no shoping nem de beijinhos... Falo de tudo o que se partilha numa vida a dois....